Depois dos relatos fundamentalmente mitológicos dos logógrafos do século -VI,
a historiografia grega deu um primeiro salto qualitativo no Período Clássico, com Heródoto (-484/-425), o ‘pai da história’
(Cic. Leg. 1.1.5). Apesar do grande valor historiográfico de sua obra, porém, Heródoto foi indubitavelmente
mais um contador de histórias
do que um historiador propriamente dito.
O ateninense Tucídides (-455/-400) foi, na verdade, o primeiro a escrever história
como ela é entendida nos dias de hoje. Embora tenha sido, a rigor, apenas um “historiador local” que escreveu uma única obra,
suas agudas análises dos fatores
e acontecimentos relacionados com a Guerra do Peloponeso são respeitadas até hoje pelos
historiógrafos modernos e marcam, efetivamente, o início da moderna historiografia.
Sucederam-no historiadores de menor
envergadura, como Xenofonte (-428/-354), Ctésias (sæc.
-IV), Éforo (sæc. -IV), Teopompo (sæc. -IV) e
Timeu (-346/-250), este último já no Período Helenístico.
Políbio (-200/-118) foi o último dos grandes historiadores gregos, mas escreveu
sobre a História de Roma; depois dele vieram Dionísio de Halicarnasso (sæc.
-I/I), Diodoro Sículo (sæc. -I), que escreveu uma
“história universal” centrada em Roma, e Arriano (95/175).
Muitos historiadores não gregos escreveram em grego histórias de Roma e de
outros povos: Díon Cássio (150/235), Flávio Josefo (37/100),
Apiano (sæc. II), Herodiano
(165/250) e o bispo cristão Eusébio (265/340), que também
escreveu uma “história universal”.