Alcmena, sentada na pira, tem a mão direita erguida, gesto de súplica ou de evocação a Zeus.
O marido, Anfitrião (embaixo, à direita), ateia fogo na pira, com o auxílio de Antenor (acólito de Anfitrião?);
em cima, em plano superior, Zeus (canto superior esquerdo) troveja e providencia água para apagar o fogo, e Eos,
personificação da aurora, segura um espelho (canto superior direito), assinalando a hora do dia em que a cena
transcorre. As duas moças com as ânforas são, provavelmente, nuvens de chuva personificadas.
Quase todos os personagens estão identificados por inscrições:
ΑΛΚΜΗΝΗ, ‘Alcmena’;
ΑΜΦΙΤΡΥΩΝ, ‘Anfitrião’,
ΑΝΤΗΝΩΡ, ‘Antenor’,
ΙΕΥΣ, ‘Zeus’,
ΑΩΣ, ‘Eos’. No friso superior, logo acima da cena,
a assinatura do autor:
ΠΥΘΩΝΕΓΡΑΦΕ (Πυθων έγραφε), ‘Píton (me) pintou’.
Segundo Engelmann (1882, 1900), a cena aqui representada permite reconstituir o drama Alcmena, uma das tragédias
perdidas de Eurípides, criada provavelmente entre -420 e -410 e da qual temos apenas
uns 20 fragmentos, totalizando pouco menos de 40 versos.
Legenda original.
Museum number 1890,0210.1. Pottery: red-figured bell-krater
(wine-bowl) with Alcmena seated on an altar stacked with wood. She is calling on Zeus, who orders
the Clouds to put out the flames. On the reverse: Dionysos with maenads and satyrs.