Arquíloco

Άρχίλοχος Archilochus Lyricus Archil.
καὶ μήτε νικ〈έω〉ν ἀμφάδην ἀγάλλεο,
μηδὲ νικηθεὶς ἐν οἴκωι καταπεσὼν ὀδύρεο,
ἀλλὰ χαρτοῖσίν τε χαῖρε καὶ κακοῖσιν ἀσχάλα
μὴ λίην.

Vencendo, não exultes em público
e nem, vencido, pranteies em casa, estirado;
alegra-te com prazeres e aflige-te com sofrimentos,
mas não em demasia.

Hoplitas em combateHoplitas em combate

Na Antiguidade, o mais conhecido representante da poesia iâmbica.

Arquíloco (gr. Άρχίλοχος) nasceu na ilha de Paros por volta de -650, a primeira data relativamente precisa da Literatura Grega (Lesky 1995, p. 136). Sabe-se que era filho ilegítimo de um aristocrata, Telesicles, e que teve de abandonar a ilha devido a problemas financeiros. Em Tasos viveu como soldado mercenário e, ao que parece, morreu em combate durante uma disputa com a vizinha ilha de Naxos, provavelmente no fim do século -VII.

Arquíloco adaptou a poesia épica a novas formas, mais naturais. Compôs inúmeros iambos satíricos, alguns bastante ferinos, e também canções sensuais. Os versos transbordam espontaneidade, sentimento e uma certa rebeldia em relação aos valores estabelecidos. Mencionou muitos eventos políticos contemporâneos

Seus poemas logo se tornaram muito populares: faziam parte do repertório dos rapsodos e eram cantados frequentemente nos concursos públicos de poesia. Os antigos colocavam-no em pé de igualdade com o próprio Homero (Platão, Íon 531a).

Passagens selecionadas

Edições e traduções

Os poemas de Arquíloco, na Antiguidade, foram organizados em quatro grupos: elegias, trímetros iâmbicos, tetrâmetros trocaicos e epodos. Os mais apreciados eram, aparentemente, os epodos, que compreendiam um hexâmetro ou ou trímetro iâmbico, mais dois ou três versos mais curtos. Infelizmente, restam-nos apenas fragmentos de sua obra, conservados por escritores posteriores ou descobertos em papiros.

As coletâneas mais antigas são as de Jacobs (1794), Gaisford (1820), Liebel (21819) e Bergk (41882). Mais modernas são as edições de Edmonds (1922/1927), Adrados (1955) e West (1971; suppl. 1974, 21992). Recentemente, West (1981) editou diversos fragmentos novos de Arquíloco e preparou uma nova edição (1992); em 1999 foi publicada a excelente e prática edição de Gerber. Fragmentos elegíacos = Obbink (2018 Teubner); Swift (2019) publicou uma edição comentada dos fragmentos.

Há várias traduções de fragmentos selecionados de Arquíloco em Falco e Coimbra (1941), Malhadas e Moura Neves (1976), Rocha Pereira (1998) e Cunha Corrêa (1998, 2010). Em 2008, Martins de Jesus traduziu e reuniu todos os fragmentos então conhecidos em um só volume.