A pintura micênica em painéis

-1550 a -1100
Escudo micênico em oitoEscudo micênico em oito

Os micênios adotaram o gosto dos cretenses pela pintura mural e se inspiraram em quase todos os temas utilizados por eles.

Afrescos

Enormes afrescos de cores vivas recobriam a parede do mégaron[1] e de vários outros aposentos dos palácios. Os mais bem conservados são os de Tirinto (-1400/-1350), Tebas (-1400/-1350) e Anos Englianos (-1350/-1200). As pinturas, embora baseadas diretamente nos admiráveis afrescos minoicos, eram artisticamente inferiores a eles. O mesmo aconteceria séculos mais tarde com as cópias romanas da arte grega.

As figuras minoicas são leves, espontâneas, delicadas e de grande vitalidade; as micênicas, porém, são formais e rígidas, sem espontaneidade ou movimento, e quase sempre apresentam as figuras humanas em poses estereotipadas. Observe-se o contraste entre as imagens mais antigas, de acentuada influência minoica, e as mais recentes, em que o estilo micênico se desenvolveu completamente.

A temática é também um pouco diferente. Os minoicos preferiam temas naturalistas, os micênicos apreciavam notadamente os temas de caça, procissões rituais e animais heráldicos. Veja-se, por exemplo, os leões e os grifos nas paredes do “palácio de Nestor” em Anos Englianos.

Lárnaces

O lárnax (gr. λάρναξ), caixa de terracota decorada e usada para sepultamentos, tornou-se de uso relativamente comum em Creta, especialmente a partir de -1400.

Na Grécia continental foram descobertos igualmente vários exemplares. Em alguns exemplares de Tanagra, na Beócia, datados de -1300/-1200, o artista dividiu o espaço em painéis e pintou diferentes cenas, de certa forma um prenúncio dos vasos de cerâmica do Período Arcaico.