mitologia520 palavras

Os titãs Oceano e Tétis

᾿Ωκεανὸς δὲ γαμεῖ Τηθὺν ἑαυτοῦ ἀδελφήν· τῶν δὲ γίνονται τρισχίλιοι ποταμοί, ᾿Αχελῶιος δὲ αὐτῶν πρεσβύτατος καὶ τετίμηται μάλιστα.

Oceano se casou com Tétis, sua própria irmã. Eles geraram três mil rios e, dentre eles, Aqueloo era o mais velho e o mais reverenciado.

Oceano, Tétis e IlítiaOceano, Tétis e Ilítia

Quando Crono se tornou o novo soberano do mundo, os outros titãs foram libertados, novas divindades surgiram e a formação do mundo pôde prosseguir.

O titã Oceano (gr. Ὠχεανός), filho de Urano e Gaia, nunca saía do lugar e pouco participou das lendas. Era imaginado como um imenso rio que cercava totalmente a terra firme — conceito assimilado, inclusive, pelos primeiros geógrafos.

Unido à sua irmã, a titânide Tétis (gr. Τηθύς)[1], Oceano teve mais de três mil filhos e filhas. Todos os rios e fontes do mundo se originavam dele, assim como as numerosas oceânides.

genealogia do <a href='/arquivo.asp?num=0659'>titã</a> Oceano

A titânide Tétis, sua irmã e consorte, parece ter sido originalmente uma deusa-mãe, cujo nome nome aparece nas tabuinhas de Pilos escritas em linear B. Deusa da fertilidade, portanto, simbolizava provavelmente a capacidade geradora e fecundante das águas.

É grande a importância da água nas diversas lendas da criação, como por exemplo as do Egito e da Índia antiga. Entre os gregos, Homero relata igualmente que tudo teria se formado a partir do titã Oceano e de Tétis (Ilíada 14.201). A versão de Hesíodo, que dá a primazia ao Caos e coloca Oceano entre os deuses da segunda geração, porém, se tornou a mais aceita.

Rios e oceânides

Os rios (gr. Ποταμοί) dispensam apresentações... para os gregos, eram entidades divinas do sexo masculino. As oceânides (gr. Ὠκεανῖναι), do sexo feminino, personificavam os riachos, as fontes e outros cursos d'água.

   Rios principais: Aqueloo, Alfeu, Escamandro, Estrímon, Peneu, Erídano, Asopo, Ínaco, Nilo, Cefiso

   Oceânides principais: Estige, Electra, Dóris, Métis, Eurínome, Ásia, Fílira, Plêione, Calírroe, Climene

Os rios se uniram ou tentaram se unir a mulheres mortais, gerando descendentes eminentemente humanos e mortais. O rio Asopo da Beócia, por exemplo, se tornou pai de Antíope, a mãe de Anfíon e Zeto, e Aqueloo foi pretendente de Dejanira, irmã de Meleagro. Em versões tardias, Aqueloo teria se unido a uma das musas, Terpsícore ou Melpômene, e gerado as sereias.

As oceânides, por sua vez, geravam outras dividades ao se unirem a divindades do sexo masculino. Ásia uniu-se a Jápeto, Electra a Taumas, Fílira a Crono, Dóris a Nereu, Estige a Palas, por exemplo, e Métis foi a primeira esposa de Zeus.

Iconografia e culto

Oceano, nos mais antigos vasos de figuras negras, era representado como um tritão (tal e qual Nereu) ou com cabeça de touro. Cada cidade venerava seu rio, sua nascente, e em alguns locais havia até templos dedicados a eles; em geral apenas Aqueloo era representado, habitualmente na forma de centauro ou touro.