Eurípides / Ifigênia em Táuris

Ἰφιγένεια ἡ ἐν Ταύροις Iphigenia Taurica Eur. IT. c. -414
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Ifigênia, Orestes, Pílades e Toas em TáurisIfigênia, Orestes, Pílades e Toas em Táuris

Uma das tragédias completas de Eurípides, com 1499 versos.

Ifigênia em Táuris — às vezes traduzida como Ifigênia “em Táurida” ou “entre os Tauros” — é uma das poucas com final feliz.

Deve ter sido representada em Atenas pela primeira vez por volta de -414, mas não há informações sobre o concurso e demais peças da tetralogia.

Hipótese

O enredo se baseia em episódio relatado nos Cantos Cíprios, do qual resta apenas breve menção no argumento do poema.

Salva por Ártemis em Áulis, quando ia ser sacrificada, Ifigênia tornou-se sacerdotiza da deusa em Táuris, onde os gregos que lá naufragavam eram sacrificados à deusa. Orestes, ainda perseguido pelas Erínias, chega à região em companhia de seu primo e amigo Pílades, para tentar levar para a Ática uma antiga estátua da deusa, conservada no templo de Ártemis. Presos e levados à sacerdotiza, Ifigênia reconhece o irmão a tempo e ambos planejam então a fuga, que é bem sucedida.

Dramatis personae

Ifigênia filha de Agamêmnon e de Clitemnestra, irmã de Orestes Orestes filho de Agamêmnon e de Clitemnestra, irmão de Ifigênia Pílades filho de Estrófio, primo e amigo de Orestes, primo de Ifigênia Coro cativas gregas do templo de Ártemis em Táuris Toas rei de Táuris Atena deusa da sabedoria, filha de Zeus, protetora de Atenas Pastor servidor de Toas Mensageiro servidor de Toas

Mise en scène

A cena se passa na frente do templo de Ártemis em Táuris, diante do qual há um altar. Cenas de vasos gregos, afrescos e mosaicos romanos (infra) dão ideia bem razoável de como pode ter sido o cenário original.

O protagonista fazia o papel de Ifigênia e de Atena; o deuteragonista, o de Orestes e o de Toas; e o tritagonista representava Pílades e o Mensageiro.

Resumo

A tragédia contém 1499 versos e ocupa cerca de 57 páginas da edição de Cropp (2000), na qual se baseia este resumo.

 

Passagens selecionadas

Edições e traduções

A Iphigenia Taurica está presente na segunda família de manuscritos (L e P) euripidianos e foi publicada no Ocidente pela primeira vez por Musurus (Aldina, 1503). A primeira edição isolada da tragédia parece ter sido a de Markland (1763) e, no último século, as edições isoladas mais importantes são as de Grégoire (1925), Platnauer (1938), Ammendola (1948), Meerzaldt (1960) e Matthiessen (1964); as mais recentes são as de Diggle (1981), Sansone (1981), Kovacs (2000) e Cropp (2000).

A tragédia foi traduzida para o português por Bourscheid, em 2012, e por Rodrigues, em 2014.

Recepção

A Ifigênia em Táuris deixou traços em Aristófanes (Rãs 1-2; Mulheres de Lemnos F 373) e suscitou vários comentários de Aristóteles (Poética, passim). Em -341 o ator Neoptólemo foi premiado pelo desempenho em uma das Ifigênias de Eurípides, provavelmente a entre os Tauros. Fragmentos de papiro atestam que a peça era lida e talvez ainda representada entre os século -III e IV

Antiga, curta e anônima “hipótese”, oriunda provavelmente das Histórias de Eurípides (sæc. -III/II), chegou até nós.

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