A emergência dos gregos
Não há evidências de descontinuidade entre a cultura material dos povos do Heládico
Médio e a cultura micênica

É inútil, naturalmente, procurar o parentesco entre as primeiras gerações mínias e
monumentos do porte de Ésquilo, Sócrates e Fídias. A bem da verdade os remanescentes
encontrados pelos arqueólogos são pobres, muito pouco impressionantes e em geral de
qualidade bem inferior aos do Heládico Antigo. “Talvez”, disse ironicamente Vermeule (1994),
“o esforço de se mudar para a Grécia
Também não é nem um pouco verdadeira a imagem romântica dos agressivos invasores
Aldeias e muralhas
As povoações mínias ocupavam os mesmos sítios do Heládico Antigo, em geral no alto de colinas que dominavam as planícies próximas do litoral. As casas eram compridas e estreitas, dispostas de forma caótica ao longo de ruas irregulares.

As casas do Heládico Médio tinham tipicamente dois ou três cômodos, base de pedra, paredes finas de tijolos
feitos de argila e plano retangular ou
Até agora não há evidências de construções proeminentes, como por exemplo palácios e templos comunitários. A mais imponente, até o momento, é a cidadela de Malthi, escavada na acrópole que domina a planície do Pamisos (Messênia). A aldeia, situada bem no centro do perímetro, era semelhante a todas as outras, embora de bom tamanho. Malthi e outros sítios como Peristeria e Pilos (Messênia), Kiafa Thiti (Ática) e Argos tinham muralhas bem menos imponentes que as de Colona (Egina) e Haghia Eirene (Ceos, nas Cíclades).
Em alguns sítios do Peloponeso foram encontrados ossos de cavalos domesticados e de
galináceos. Em Troia
Cerâmica e utensílios
A cerâmica “miniana”, confeccionada na roda de oleiro e sucessora direta da cerâmica produzida no fim do Heládico Antigo, é a única nota de sofisticação da cultura dos primeiros gregos. Os vasos tinham bordas espessas e alças geralmente longas e elegantes; além da aparência polida e brilhante, a superfície se caracterizava por uma textura saponácea ao toque.
Mais tarde, entre
Quase todos os utensílios eram feitos de pedra (pederneira, obsidiana) ou osso. As ferramentas de bronze e objetos de luxo eram raros e foram encontrados em quantidades inferiores às do Heládico Antigo.
Comércio

Ao norte, os mínios efetuavam importantes contatos com a Tessália e a Europa
Oriental; no ultramar, com as ilhas próximas ao continente, Troia VI, Cíclades, Creta e
na Ilha Lípara, ao norte da Sicília. O desenho de um homem de pé sobre um barco com
proa em forma de peixe
A partir de
Cerâmica de nítida influência minoica e produzida em Colona, na ilha de Egina, foi
encontrada em sítios litorâneos da Argólida, em volta do Golfo Sarônico, na Grécia
Central (Beócia, Ática) e na Eubeia. Um outro tipo de cerâmica era produzido em Kastri
(Citera), onde existia uma colônia minoica desde
Religião
A forma predominante de sepultamento dos adultos era o túmulo individual em cista[4], semelhante às cistas cicládicas do Bronze Antigo, escavada em cemitérios fora das aldeias. Os túmulos em cista minianos consistiam de uma cova oblonga, pouco profunda, revestida com lajes de pedra e com o fundo habitualmente recoberto de cascalho. O corpo do defunto era disposto de lado, juntamente com as oferendas fúnebres.

Os presentes fúnebres, bastante pobres, consistiam geralmente em um ou dois vasos às vezes, nada. No final do Heládico Médio a quantidade de sepulturas e a riqueza dos presentes aumentou consideravelmente, assim como o número de enterros na mesma cista.
Bebês e crianças eram sepultados diretamente sob o chão das casas, hábito até então
desconhecido na Grécia Continental. Às vezes, mesmo os adultos eram enterrados em
corredores ou atrás de paredes. Em Haghios Ioannis (Messênia) havia um túmulo pouco
usual, com diversos
Em Colona (Egina) foi encontrado um túmulo retangular escavado mais profundamente,
“em poço”, datado de
Do Heládico Médio ao Heládico Recente
Dois tipos especiais de sepultamento, o túmulo em poço (shaft grave) de
Micenas, Argólida, e o
Os sepultamentos com frequência são múltiplos e a riqueza do mobiliário fúnebre é
cada vez maior, o que indica a emergência de uma elite
Como assinalado anteriormente, os achados da Argólida e da Messênia mostram grande
influência minoica, especialmente na decoração da cerâmica. Mais do que em importação
de artefatos, porém,
Iluminuras complementares
Notas
(1822/1890) foi o primeiro a descobrir em Troia, Micenas, Tirinto, Ítaca e Orcômeno os vestígios da Gréciapré-histórica . Embora não fosse arqueólogo profissional, era dotado de pertinência e entusiasmo; sua intenção era comprovar, através das escavações arqueológicas, a veracidade das lendas descritas por Homero em seus poemas. A despeito dos sucessos, tinha a tendência de romantizar e identificar seus achados com personagens da Mitologia Grega. Batizou, por exemplo, de “tesouro de Príamo” um conjunto de joias encontrado em Troia II e de “máscara de Agamêmnon” uma máscara mortuária encontrada em Micenas. Quando escavou em Orcômeno, na Beócia, descobriu um tipo de cerâmica até então desconhecido e a atribuiu aos mínios, povo lendário ligado a essa cidade. Mais informações → Heinrich Schliemann.Imagem: Foto de 1883. S. Kohn. Fonte: Gallica. .
Imagem: Esboço de Wilson A. Ribeiro Jr., CC BY-NC-ND 4.0 .μέγαρον ) é uma construção retangular que tem as paredes mais longas formando um pórtico em frente a um dos lados menores, onde há uma entrada; pode haver pilares para sustentação do teto. A forma “mégaron”, transcrita do grego, deu lugar à forma “mégaro” nos modernos dicionários da língua portuguesa (cf. Aurélio, s.v.).Imagem: mégaro de Jericó, Israel, -7000/-6000 . Esboço de Wilson A. Ribeiro Jr.,CC BY-NC-ND 4.0 .Imagem: túmulo em cista de Micenas, Heládico Médio. Esboço de Wilson A. Ribeiro Jr., CC BY-NC-ND 4.0 → mais informações AQUI.πύθος , pl.πύθοι ) é um enorme vaso de cerâmica para armazenagem de líquidos ou de cereais, com paredes grossas, boca larga e extremidade mais afilada, característico de Creta; chegava a atingir 1.74 metros de altura.Deve-se evitar a forma transliterada “pythos”, uma vez que os dicionários já trazem a forma portuguesa desse substantivo (cf. Aurélio, s.v.).Imagem: pito com decoração em relevo. Cnossos, c. -1500. Paris, Museu do Louvre. Marie-Lan Nguyen,.
lê-se tólo), do gr.θόλος (pl.θόλοι , lat. sg. tholu), era um edifício circular, às vezes cercado de colunas e utilizado como templo; os arqueólogos, no entanto, usam esse termo para designar estruturas circulares com abóbada. Nas antigas culturas do Mediterrâneo e do Oriente Médio a base das paredes era geralmente de pedra, e ainda há muita discussão quanto à técnica empregada na construção da abóbada. As mais antigas edificações com esse formato são, aparentemente, as da Ásia Ocidental (exemplo ao lado). Em tempo: a forma transliterada tholos deve ser abandonada em favor da forma “tolo”, já dicionarizada (cf. Aurélio s.v.).Imagem: Arpachiyah, Turquia, -5000/-4000 , planta (E) e reconstituição (D). Esboço de Wilson A. Ribeiro Jr.,CC BY-NC-ND 4.0 .40-90% ) e prata, associados a traços de cobre e outros metais. Na Antiguidade era encontrado notadamente em jazidas da Ásia Menor e considerado ouro de qualidade inferior.Imagem: amostra do Estado de Washington, EUA. Pittsburgh, Museu Carnegie de História Natural. James St. John, CC BY 2.0 .
Referências
Créditos das ilustrações




Em outras partes do Portal
Links externos
- Archaeological Museum of Aigina
- Boeotian Art: Middle Helladic jug, by Ellen
Papakyriakou/Anagnostou - Bronze Age Settlement at Kalogerovrysi (Middle Helladic level)
- Middle Helladic Greece