Teócrito / Idílio 11.16-29

Theoc. 11.16-29 Sæc. -III
tradução / grego antigo

Este idílio é um dos poemas bucólicos de Teócrito. O pequeno trecho apresentado pertence ao Idílio 11, O Ciclope, que tem um total de 81 versos.

Tradução: Maria Celeste C. Dezotti

A tradutora, professora de língua e literatura grega da FCLAr-UNESP, gentilmente autorizou a reprodução do texto (ainda não publicado) no Portal.

O canto de Polifemo

Foi um longo dardo que Cípris[1] cravou em seu fígado.
Mas o remédio ele o achou, sentando sobre altos
rochedos, e enquanto olhava o mar cantava assim:
Por que repeles quem te ama, ó alva Galateia,
mais alva de ser que a coalhada, mais macia que um cordeiro,
mais faceira que uma novilha, mais lustrosa que uva verde,
e te achegas assim quando o sono me domina
e te vais tão logo o doce sono me abandona,
fugindo como ovelha à vista de um lobo cinzento?
Eu me apaixonei por ti, menina, na primeira vez em que
vieste com minha mãe, que flores de jacinto colher
queria nas montanhas, e eu ia guiando o caminho.
Pôr fim a isso, após outras vezes ter-te visto, agora
não mais me é possível. Mas tu com nada te importas, por Zeus!