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As formas arquitetônicas

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As estátuas das divindades precisavam ser protegidas contra as intempéries e, assim, surgiram os primeiros templos gregos.

Os templos mais antigos eram simples construções de madeira e não resistiram ao tempo. A partir do Período Arcaico, a pedra passou a ser utilizada na construção e, embora muito danificados, muitos desses templos chegaram até nós.

templo com pórtico in antis
Fig. 0191. Templo in antis.

A construção do templo visava abrigar as estátuas dos deuses e não acomodar os fiéis. Praticamente todas as cerimônias religiosas eram realizadas ao ar livre, em altares especialmente preparados para cada evento.

Todos os templos gregos eram constituídos por um recinto chamado naos (gr. ναός) ou cella, onde ficava a estátua cultual do deus, e um pórtico de entrada[1] com colunas. Com frequência as paredes laterais da naos, as antae (lat. sg. anta) continuam até o pórtico e delimitam as colunas (Fig. 0191) dos templos in antis.

Os templos maiores e mais importantes eram construídos em elevações e o recinto era cercado por uma ou mais séries de colunas (Fig. 0192), chamadas, em conjunto, de peristilo (gr. περίστυλος). Assim como as estátuas, templos também costumavam ser pintados com cores vivas.

templo com peristilo
Fig. 0192. Peristilo.

Outras construções como altares e túmulos monumentais também chegaram aos nossos dias e muitos tinham planos semelhantes aos templos. Alguns santuários, no entanto, eram apenas um recinto circular cercado por colunas.

As construções não religiosas eram também notáveis, especialmente teatros, estádios e ginásios. O centro cívico das cidades, a ágora (gr. ἀγορά), era um espaço aberto em geral rodeado de pórticos e outros edifícios públicos.

As casas particulares era habitualmente muito simples e alinhavam-se de forma desordenada, afastando-se progressivamente da da ágora.

Ordens arquitetônicas

Os três principais estilos ou ordens arquitetônicas utilizadas pelos arquitetos gregos na construção dos templos de pedra e outros monumentos a partir do século -VI são denominados dórico, iônico e coríntio.

esboço do Partenon (Partenão) de Atenas
Fig. 0048. Estruturas arquitetônicas básicas do Partenon. Atenas, -440/-427.

As ordens tinham vários elementos em comum; os mais importantes estão identificados na Fig. 0048, que corresponde a um templo dórico. A base dos templos era constituída por uma plataforma com degraus rasos (o superior se chamava estilóbata), onde se apoiavam as colunas e paredes que sustentavam a entablatura (B-F), denominação do conjunto de estruturas que formava o teto. As colunas tinham usualmente um "corpo", denominado fuste (J), uma base e a parte superior avolumada, o capitel (A).

A base da entablatura era formada por uma arquitrave (B) constituída por blocos retangulares, que sustentava o friso (C), que por sua vez servia de apoio a outra estrutura retangular e alongada, a cornija (D). Acima da cornija ficava um telhado inclinado, em duas águas (F), que deixava espaços triangulares na fachada e nos fundos do templo, os frontões (E). Às vezes colocava-se enfeites, os acrotérios (G), nas pontas e/ou ao longo do telhado.

miniaturaEstilo dos capitéis gregos

As características próprias de cada ordem eram perceptíveis notadamente pelo formato do capitel das colunas.

Duas estruturas eram particularmente propícias a elementos decorativos: os frontões triangulares e os frisos. Nos templos dóricos, os frisos eram divididos por estruturas horizontais, os triglifos (H), que delimitavam espaços retangulares, as métopas (I), muito utilizadas para a colocação de relevos decorativos.